Projeto: por que fotografar a Venezuela?

“Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além.”  (Paulo Leminski).

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Crédito: Amanda Cotrim
No dia 7 de agosto de 2019, eu criei o projeto Venezuela em Fotos, por meio da plataforma Vakinha online. A campanha segue a todo vapor.  Você pode contribuir com qualquer quantia. E acredite: será de grande ajuda. Eu terei habitação na casa de uma colega jornalista, estou indo de forma totalmente independente. Não receberei nada, de nenhuma empresa de notícias. Trata-se de um projeto autoral.
Meu objetivo: registrar o dia-dia/cotidiano em Caracas. Por isso, farei uma imersão para tentar captar, por meio da fotografia, essa Venezuela que não é uma, senão algumas. Não estou indo com uma pauta porque, pra mim, a pauta pode funcionar como um limitador. Ela antevê o que eu como, fotógrafa, ainda não vi.  A pauta fecha os sentidos e o meu objetivo é justamente ampliar as fronteiras da percepção.
Quero mostrar algo que não seja apenas imagens de conflitos urbanos ou manifestações, porque  há um monte de fotografias assim na internet, em diversos jornais do mundo. O que eu quero é produzir imagens que permitam visões mais humanas e concretas, real e detalhada da população, por meio de algo que me parece simples mas nem por isso fácil: o cotidiano. Registrando a densidade, a saturação e a multiplicidade de sujeitos que estão nessa história. Quero que as fotos  mostrem não só o que vou ver mas o que vou enxergar. Que elas saiam dos clichês (um desafio) é um dos objetivos.
O que vou fazer com esse material ?
Infelizmente, exposições fotográficas físicas custam dinheiro, por isso, para que as fotos possam ser vistas por quase qualquer pessoa, de quase qualquer lugar do mundo, vou expor as imagens gratuitamente em formato de galeria em meu blog (neste blog), em formato de post em minhas redes sociais (Instagram, Facebook) e em jornais brasileiros ou do exterior interessados, em formato de ensaio.
Acredito que as pessoas só podem se importar com aquilo que elas sabem. A fotografia tem esse poder: conectar pessoas desconhecidas, que vivem realidades absolutamente diferentes. Se uma imagem não pode mudar alguma coisa, ela com certeza fará com que o espectador nunca possa dizer “que não sabia”.
As imagens vão servir como um pequeno registro histórico. Estou buscando ajuda para custear as minhas passagens aéreas.
Se tiver dúvidas e quiser trocar uma ideia, só me chamar no privado do facebook ou mandar email amandacotrim87@gmail.com
Se preferir doar diretamente, sem passar pelo vakinha, só pedir meus dados.
Para contribuir, clique aqui.
Importante: 
Meu trabalho não será um retrato fiel da Venezuela. Eu já abandonei essa ilusão fotojornalística. Serão apenas impressões (bastante pessoais, aliás) sobre esse lugar e as pessoas desse lugar.
Quero que vocês entendam que quem vai contribuir , estará contribuindo porque acredita que precisamos desse material, porque confia no meu trabalho, mas, principalmente, porque acredita no poder político e estético da fotografia e em seu papel como documento histórico.
Obrigada !!!
Pequena bio:
Amanda cotrim, fotógrafa, documentarista e jornalista. Atuei como jornalista internacional em Cuba. Atuei como fotojornalista na Argentina.
Ganhei um prêmio de fotografia com uma imagem das Avós da Praça de Maio, na Argentina, em maio.
Tenho experiência na cobertura de conflitos urbanos, direitos humanos e política. Sou documentarista e apaixonada pela América Latina.
Não sou fotógrafa heroína que quer mudar o mundo com a fotografia. Sou, aliás, uma fotógrafa iniciante, que encontrou na fotografia seu álibi para sair pro mundo. Contudo, estou sendo movida por um desejo de saber! Movida por questões sociais. Quero mostrar as realidades que vou testemunhar.

Publicado por Amanda Cotrim

Fotógrafa de viagem e jornalista. Viajo porque fotografo e fotografo porque viajo. Trabalho com fotografia de viagem, o que inclui as ruas dos lugares e as pessoas desses lugares, além dos ensaios que realizo com os viajantes que elegem conhecer Buenos Aires, cidade que tenho chamado de lar. Sou paulistana. Tenho um coração metade brasileiro e metade argentino. A fotografia é o meu álibi para sair pra rua. Comecei a viajar após a separação de um casamento de 7 anos. Numa viagem relacionada ao auto-conhecimento, eu me perdi para me encontrar (um pouco). E sigo viajando.

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